Gilberto Stürmer
Advogado e Professor Direito do Trabalho PUCRS
Os anos de 2020 e 2021 foram trágicos por diversos motivos. Um vírus originado na China varreu o mundo e afetou sobremaneira a saúde das pessoas de forma direta e de forma indireta.
O ataque direto do coronavírus à saúde é conhecido, mas não é o motivo desse artigo. O ataque indireto é o enfoque. A Constituição da República, no seu artigo 6º, arrola os direitos sociais. Dentre eles estão o trabalho e a saúde. O mundo e o país sem trabalho afetaram a saúde das pessoas de forma indireta. O famoso “fica em casa e fecha tudo” foi responsável por diversas doenças, especialmente psicológicas, trazendo prejuízo e miséria especialmente aos mais necessitados. Além do grande comércio e dos serviços, as atividades mais simples e informais simplesmente deixaram de existir naqueles tristes anos, e isso sem falar no gravíssimo prejuízo na educação em todos os níveis, especialmente na base pelo fechamento de escolas.
Agora, como ocorre em toda transição para o inverno, surgem doenças respiratórias e os hospitais lotam. Espera-se que os arautos do “fecha tudo” já tenham entendido o recado. Não se está falando aqui, de economia, mas sim de saúde decorrente de não poder trabalhar e buscar o sustento.
De todo modo, a lembrança do período pandêmico tem apenas a ideia de, como refere o título deste artigo, demonstrar que o trabalho volta a se expandir. Encontram-se pessoas trabalhando naquilo que podem, ruas lotadas, atividades formais e informais em voga, o que é ótimo para a economia e melhor ainda para a saúde das pessoas.
O trabalho no pós pandemia, a partir de 2022, voltou a dar sinais positivos e o giro da economia melhora a vida de todas as pessoas, mas principalmente as que mais precisam.
A população trabalhadora tem condições de progredir e trazer crescimento para o país se fatores “extraordinários” não interferirem. É preciso que o poder público atrapalhe o mínimo possível na vida e no trabalho das pessoas.
A pandemia precisa ter trazido lições para os adoradores do mundo fechado. E se não tiver trazido, espera-se que aqueles que querem trabalhar, sabedores do que é esse mundo por terem sentido na pele os seus malefícios, sejam mais fortes e preponderem no caso de aparecer novamente algo parecido com o coronavírus.
Muita saúde e bom trabalho aos que dele necessitam.